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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

ANO NOVO!

"NOSSA MAIOR TRAGÉDIA É NÃO SABER O QUE FAZER COM A VIDA" -  José Saramago

Mas sei que devemos experimentar e tentar fazer valer a pena! É o que eu teimosamente tento, de coração! E é o que desejo à todos vocês, de coração!

FELIZ ANO NOVO!!!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

FOTOGRAFIA: UMA PAIXÃO

   
    A arte de registrar e eternizar em papel um momento, um lugar e/ou pessoas me fascina de forma tal que por vezes deixo mesmo de aproveitar e participar ativamente da ocasião. No entanto, o prazer de rever o fotografado, revivendo, sentindo outras vezes a experiência me compensa. É quase como um vício! Por onde passo observo cenas e de imediato penso: - Que foto daria!
    Flores, crianças, pôr-do-sol, prédios, em especial os antigos, árvores frondosas ou secas, objetos, a lua cheia, igrejas, as pessoas, os campos, os animais... Raro o dia em que não fotografo com a mente. Por vezes utilizo a câmara do celular (quando a máquina não está na bolsa ou se encontra sem carga na bateria). Gosto de fotografar com o coração, isto é, sem técnica, reafirmando a realidade em fragmentos. Tanto que até hoje não fiz qualquer curso de fotografia e não tenho intenção de fazê-lo. Aqui ou ali apenas pego algumas "dicas" com parentes ou amigos mais entendidos. Mas prefiro meu olhar, meu registro instintivo.
    Assim, doravante compartilharei semanalmente com meus amigos leitores minhas "preciosidades". Esta primeira foi tirada em Gramado, na "Linha 28", numa tarde cinza deste inverno.
   Fotografia"coisas do meu coração"...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

BILHETINHOS

    Quando havia sessão de julgamento na Secretaria de Câmara em que trabalhei no TriBunal de Justiça, na época em que meus filhos eram pequenos, muitas vezes os julgamentos se alongavam a adentrar a noite. Eles gostavam, então, ao irem me apanhar junto com o pai, de me espiarem na sala de sessão. Eu lá, sentada junto ao desembargador presidente, na seriedade que o momento exigia, me segurava pra não mandar beijos naquelas carinhas queridas, sapecas e sedentas de mim, mãe meio ausente. Estudava à noite, às vezes pela manhã. Trabalhava à tarde. Sufoco!
   Não raro eles me mandavam, através do oficial de justiça, pequenos bilhetinhos, desenhos, beijinho de baton, uma balinha... Guardo estas minha relíguias até hoje, com muito carinho e uma pontinha de "culpa" por não lhes ter dado a atenção devida e única que, em suas tenra infância, mereciam. Bruno, muito agitado e curioso, cheio de cachinhos louros, sempre fazendo perguntas: "Como isto funciona?"   Ju, calminha e meiga se arvorava de "mãezinha" do Zenzo, com zelo e ternura escapolia pra creche a verificar o choro ou travessura do irmão. Este o bebê mais lindo e alegre posto na face da terra. Cedo engatinhou e "patrolava" todo e qualquer obstáculo pela frente, sempre rindo feliz, mesmo ante as broncas do irmão pela "destruição" de seus brinquedos até então tão bem cuidados...
   De autoria do Zenzo, hoje homem corajoso e independente, cheio de amigos e tão querido por todos, o bilhetinho que acima exibo orgulhosa e saudosa!
   Coisas do coração mole de mãe (rsssss).

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

E A TAL FELICIDADE?

      Nunca havia pensado muito no assunto, apesar do estranho cacoete de me perguntar com certa frequencia, quase que de forma inconsciente, "Liana, tu é feliz?" É tão interno e espontâneo que por vezes me parecer vir de outra pessoa, como se sussurrado em meu ouvido. E eu nunca sei a resposta... Afinal, o que é isto?
      São as necessidades e desejos realizados? A sensação de bem-estar, um estado de espírito? A realização profissional e o carro novo na garagem? Estar apaixonada? Ser saudável e ter amigos? Amar e se amada pelos filhos? Ou seria a harmonia e equilíbrio interno, o auto-preenchimento? Ou então o cultivo de bons sentimentos, a integração com o Universo, com Deus? A felicidade está dentro ou está fora?
      Filósofos, psicólogos, sociólogos entre outros sempre procuraram através dos tempos, em vão, uma definição completa e satisfatória. O dicionário (Luft) assim a conceitua: 1. Qualidade ou estado  de feliz; ventura; contentamento. 2 Sucesso; êxito. Aristóteles acreditava, há mais de dois mil anos, que a felicidade se atingia pelo exercício da virtude e não da posse. Charles Chapin dizia que nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos, inclusive o da felicidade. Nietzsche afirmou não ser a força, mas a constância dos bons sentimentos que conduz os homens à felicidade. Thomas Hardy leciona que a tal felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos. Há meio século, o sonho americano da classe média era possuir casa própria, carro na garagem e  filhos na universidade. Atingidos tais objetivos este povo hoje não se considera feliz e satisfeito. A maioria dos brasileiros se compraz com as alegrias do futebol, carnaval, novelas e o churrasquinho com os amigos no fim-de-semana. E isto, então, acontece esporádicamente. Assim, a felicidade é momentânea, tal como a própria vida, tão vulnerável e efêmera! E o homem é um eterno insatisfeito, busca sempre mais e mais, vivendo com a cabeça no futuro e/ou passado pouco aproveitando do momento presente. A propósito, John Lennon advertia que a vida é o que está acontecendo enquanto estamos pensando no futuro.
    Recentemente li um texto budista que aconselhava: Não desfrute somente o sol, aprecie também a lua. Não desfrute somente a calmaria, aproveite a tempestade. Tudo isso enriquece a existência. A vida não acontece somente dentro de casa, da cidade, do país: ela tem de ser experimentada dentro do universo. A felicidade é um jeito de viver, é uma conduta, é uma maneira de estar agradecido  a quem lhe estende a mão e também a quem o abandona, pois certamente nesse abandono está a possibilidade de se descobrir a força que há em seu interior. Não é o que já se tem, mas o que fazer com isso. Há pessoas que, apesar de ter bens materiais, de ser bem relacionadas, com filhos saudáveis, ainda assim se sentem angustiadas, deprimidas, insatisfeitas. Cada momento tem sua beleza e assim não só nas alegrias há evolução, a dor constitui oportunidade de aprendizado da existência.
    Li outros muitos, aqui e ali, sem ainda encontrar ressonância ampla. No entanto, vasculhando em meus recuerdos estes dias encontrei um texto escrito por minha filha, singelo, sincero e surpreendente. Foi "tema de casa", imagino que de Português, datado de 2001. Reli e reli. Me emocionei com a pureza e verdade na visão de sua meninice:

                    Felicidades

        O horizonte, a liberdade
       Caminhar, paquerar
       Longe dos relógios
       Saudades gostosa
      Novas idéias
      Dançar, conversar
      O amanhecer no mar
      Um abraço
      Cantar
      Assistir um bom filme
      O sorriso da pessoa querida
      Ficar de papo pro ar
      Ouvir aquela música que contagia
      Rir de bobagens
     O sol no final da tarde
     O frescor da noite
     Um banho revigorante
     Sol e chuva
     Ajudar
     Acontecimnetos inesperados
    A familia reunida num domingo
    Uma linda pintura
    Um bom livro
    Arte romântica
    Conhecer alguém especial
     Flores
     Sintonia do beijo
     Espreguiçar-se
     Uma discussão saudável
     Pequenos momentos caseiros, tranquilos
     Ouvir os pássaros
     Ser compreendida e apreciada
     Dormir bem
     Rever amigos
     Conhecer outros
     O frio da manhã no rosto
     Fortes sentimentos
     Relaxar, decidir
     O saber                  Juliana Fabrício Cruz

      Agora, quando a "vozinha" vier me perguntar, "Liana, tu és feliz?" Vou lembrar dos itens desta lista e de quantas vezes pude tê-los e quantas muitas ainda poderei! E vou responder:    "Sou!"

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

MELODIA E LETRA BELÍSSIMAS

 Iolanda                                       Chico Buarque
                                                  (Composição: Pablo Milanés & Chico Buarque)

Esta canção não é mais que mais uma canção
Quem dera fosse uma declaração de amor
Romântica, sem procurar a justa forma
Do que lhe vem de forma assim tão caudalosa
Te amo, te amo,
eternamente te amo
Se me faltares, nem por isso eu morro
Se é pra morrer, quero morrer contigo
Minha solidão se sente acompanhada
Por isso às vezes sei que necessito
Teu colo, teu colo,
eternamente teu colo
Quando te vi, eu bem que estava certo
De que me sentiria descoberto
A minha pele vais  despindo aos poucos
Me abres o peito quando me acumulas
De amores, de amores,
eternamente de amores
Se alguma vez me sinto derrotado
Eu abro mão do sol de cada dia
Rezando o credo que tu me ensinaste
Olho teu rosto e digo à ventania
Iolanda, Iolanda,  eternamente  Iolanda

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

FRASE DO DIA

“Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.” - Friedrich Nietzsche

OLHE EM VOLTA!

  
Não temos o hábito de "ver com olhos de enxergar" o mundo que nos rodeia no momento presente, perdendo a oportunidade de aproveitar as belezas do cotidiano.
   Dei-me conta disto após viagem ao exterior, quando através  do frenético "clic" constante de minha máquina fotográfica busquei engolir com os olhos e registar toda e qualquer paisagem, monumento, pessoas, etc. Ao retornar à terrinha passei a perceber e valorizar nossas próprias imagens do dia-a-dia, um presente a disposição de todos nas brechas da correria. A cidade nos brinda, assim, com o colorido das flores em magnífico tom lilás e amarelo de novos e antigos Ipês que se exibem em cada esquina. Igrejas e prédios históricos se erguem em vários bairros além do Centro, a lembrar a riqueza arquitetônica e detalhada do passado. Da janela do escritório é possível deslumbrar variantes matizes de nosso magnífico pôr-do sol em dias abertos ou os clarões fugazes de relâmpagos por entre nuvens cinzas e negras em dias de tempestades. O resultado de nossa surpreendente miscinegação desfila, única, pelas ruas: homens e mulheres bem vestidos, em especial no inverno, em nada deixam a desejar em relação às riquintadas vestes européias. Bucólicas e rápidas cenas de humanidade e cultura estão também aí para quem quiser apreciar, tais como neta e avô passeando de mãos dadas e peculiar jogo de tacos japonês às vistas, próximo ao arco da Redenção no início das tardes claras. A propósito, praças verdes disputam espaço com as construções aqui e ali, abrigando vários e variados pássaros, ainda que se agigante diturnamente a cidade. No mercado público flores, frutas, legumes, ervas e carnes dão seu  perfume e colorido vivo aos que transitam. No feio também há o belo e/ou curioso próprio da vida...
   Remexendo nos meus recuerdos hoje encontrei este cartão de aniversário, minha querida amiga Carmem, que me fez lembrar de manter presente o salutar e aprazível hábido de olhar em volta diariamente, em especial nos momentos tristes, o que motivou aqui este breve divagar...