Quando havia sessão de julgamento na Secretaria de Câmara em que trabalhei no TriBunal de Justiça, na época em que meus filhos eram pequenos, muitas vezes os julgamentos se alongavam a adentrar a noite. Eles gostavam, então, ao irem me apanhar junto com o pai, de me espiarem na sala de sessão. Eu lá, sentada junto ao desembargador presidente, na seriedade que o momento exigia, me segurava pra não mandar beijos naquelas carinhas queridas, sapecas e sedentas de mim, mãe meio ausente. Estudava à noite, às vezes pela manhã. Trabalhava à tarde. Sufoco!
Não raro eles me mandavam, através do oficial de justiça, pequenos bilhetinhos, desenhos, beijinho de baton, uma balinha... Guardo estas minha relíguias até hoje, com muito carinho e uma pontinha de "culpa" por não lhes ter dado a atenção devida e única que, em suas tenra infância, mereciam. Bruno, muito agitado e curioso, cheio de cachinhos louros, sempre fazendo perguntas: "Como isto funciona?" Ju, calminha e meiga se arvorava de "mãezinha" do Zenzo, com zelo e ternura escapolia pra creche a verificar o choro ou travessura do irmão. Este o bebê mais lindo e alegre posto na face da terra. Cedo engatinhou e "patrolava" todo e qualquer obstáculo pela frente, sempre rindo feliz, mesmo ante as broncas do irmão pela "destruição" de seus brinquedos até então tão bem cuidados...
De autoria do Zenzo, hoje homem corajoso e independente, cheio de amigos e tão querido por todos, o bilhetinho que acima exibo orgulhosa e saudosa!
Um comentário:
Fofa, tu põe a Marta Medeiros no chinelimho...
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